Diabetes

Alterações nos níveis de glicose no sangue, como aumentos ou quedas, também são frequentes e precisam de atenção. Tratar o diabetes precocemente, com mudanças de comportamento e, se necessário, medicamentos, é essencial para prevenir complicações.



Receber o diagnóstico de diabetes é algo muito angustiante. Pensar na mudança de hábitos, o medo de precisar usar insulina, das complicações, de precisar usar muitos remédios e dos sintomas é uma realidade para muitos pacientes.

O diabetes mais comum é o diabetes tipo 2, e de fato, quando recém-diagnosticado, pode ser muito mais facilmente controlado na maioria dos casos. Diferente do diabetes tipo 1, ele costuma não necessitar do uso imediato de insulina, já que o pâncreas ainda produz insulina, embora não consiga controlar a quantidade de glicose no sangue de maneira suficiente, gerando a hiperglicemia (excesso de glicose no sangue) que faz o diagnóstico do diabetes.

Primeiro, é preciso entender que o diabetes tipo 2 é uma manifestação de uma doença já em curso prévio: a síndrome metabólica. No geral, há componentes genéticos associados que podem favorecer o aparecimento da doença de maneira mais precoce, sendo mais comum se houver pais que tiveram ou têm a doença, principalmente se houve manifestação antes dos 50 anos.

Síndrome Metabólica

A síndrome metabólica é um conjunto de características que sugerem estado de desequilíbrio do metabolismo, gerando um maior risco de doenças cardiovasculares e mortalidade no futuro. Pode estar ou não já com diabetes. Inicialmente, pode haver o que chamamos de resistência insulínica: a gordura visceral (gordura que se acumula ao redor e dentro dos órgãos devido aos hábitos alimentares, excesso de consumo de calorias e má alimentação, sedentarismo e por já haver preenchido todos os estoques de gordura subcutânea - que não está nos órgãos, é a gordura mais superficial) causa uma necessidade de maior produção de insulina devido à sua resistência. A insulina tem dificuldade de chegar nas células de gordura e entregar a glicose, precisando de uma maior produção de insulina para isso, que causa um aumento da insulina na circulação e sobrecarga do pâncreas, que tem que trabalhar mais. À medida que a resistência insulínica aumenta, há uma possibilidade do pâncreas não conseguir produzir a quantidade necessária, que é cada vez maior para produzir insulina, gerando um aumento da glicose no sangue. Esse excesso de insulina, por sua vez, embora necessário para não piorar a glicose, gera uma série de desequilíbrios nos outros órgãos que não precisam tanto de insulina, que passam a não conseguir trabalhar corretamente, gerando um processo que chamamos de inflamação, além de aumentar o risco de arteriosclerose (acúmulo de gordura e rigidez dos vasos sanguíneos).

Assim, sabendo de onde vem o diabetes tipo 2, e sabendo que mesmo que haja pessoas que têm mais predisposição a acumularem gordura visceral por questões genéticas (elas têm menos estoque de gordura subcutânea, que é menos prejudicial), é possível modificar os fatores que aumentam esse acúmulo de gordura visceral.

Como Fazer Isso? Mudança de Hábitos!

Fazer exercícios físicos regulares, de preferência mais de 150 minutos por semana, evitar bebida alcoólica (que ajuda a acumular mais gordura visceral inclusive), evitar alimentos ricos em açúcar, farinha e gordura hidrogenada, aumentar o consumo de vegetais e fibras, manter um bom consumo de proteínas, evitar bebidas calóricas (sucos, refrigerantes, milkshakes etc.), não fumar (o tabagismo acelera a arteriosclerose e danifica os órgãos, comprometendo a eficiência de suas funções), perder excesso de peso (pelo menos 5% já faz diferença, 10% do peso já controla muito e mais de 15% do peso, principalmente em quem tem obesidade, fará muita diferença), buscar dormir bem e o suficiente para o bom funcionamento do corpo. Tudo isso em conjunto pode ajudar no processo de prevenção e até na remissão do diabetes.

A remissão pode ocorrer, principalmente no diabetes de início recente (< 6 anos), porém exige a manutenção dos hábitos citados com rigor, já que se for só de vez em quando, ele provavelmente tende a voltar ou não cessará, já que a tendência das doenças é piorar com o envelhecimento.

Ajuda Profissional

Para que seja mais eficaz, um profissional pode ajudar, muitas vezes associando remédios e buscando individualizar o tratamento de acordo com o perfil do paciente, o que gerará uma maior chance ou de controle mais eficaz do diabetes, minimizar a necessidade de uso de insulina (que não é vilã, ela é fundamental para nosso corpo, por isso não é punição usá-la) e de outros medicamentos, bem como prevenir possíveis complicações da doença.

Muitas vezes, uma equipe multidisciplinar pode ser mais eficaz, com endocrinologista, nutricionista e até educador físico e psicoterapeuta para ajudar na execução do processo.

Blog Dra Renata Gonçalves Campos

Dra. Renata Gonçalves Campos

Endocrinologista em São Paulo

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